Away

Miríades que me rodeiam
Tão somente me carregam
Momentos que se crescem
Que me levam por aqui
Não deveria seguir o que me pedes
Apenas verei o caminho tortuoso
Daqueles que o foram antes de mim
Aqui, ossadas perdidas dos que tentaram
Jamais olhar para trás
Uma caveira do canto,
cruzando linhas e ângulos
Diz-me ostentosa de seu desígnio
Aquilo que deverá ser meu destino
Orai por mim, bando de ossos
Não trilharei vossos bosques
Caminho, ah sim, caminho
Apenas nos mesmos passos
e não vereis.
Ora, escuridão
Guia-me por todo o acaso
Em direção que te encontro
Tu, que me dizeis, ora outra vez
Em meu destino, o que se faz nada é
E ando livre sem as sandálias
Tais as quais que me ofertais
Ora verdes campos de guerra
Apenas cadáveres me cercam
Aqui, o lugar dos mortos, terra sem luz
Ora escuridão, o caminho de ossos
Em que trilho de pés descalços.
Não me alcançarás, há medo
Posso me machucar e sangrar
Não tatearei, apenas seguirei cego
Não me preocuparei, pois por mim
Cruzarei vales das sombras
Em medos meus que me pertencem
E aquilo que temerei, não te direi.
Cantai, entoai, bocas descarnadas
Adornai em melodias fúnebres
Únicas que saem de lábios vazios
Meu caminho é meu trilhar
Nada devo a ninguém
E aquilo que hei de enfrentar,
farei com medo
Mas sem mais nada.